Se no Brasil, a maioria das pessoas utiliza espaços privados, a cultura europeia, de forma geral, é adepta de usufruir dos lugares públicos. Portugal não é diferente, e faz isso com mestria.
Na nossa opinião, os lugares públicos proporcionam um lugar de ócio e cultura de forma democrática. E mais que isso, acaba por se tornar um elemento estruturador e motivador da urbanidade, contribuindo de forma decisiva para o desenho da cidade e para a positiva apropriação pelos cidadãos, resultando, em uma mais-valia para todos: crianças, jovens e idosos.
Seja praças, parques, jardins, bibliotecas, calçadões, esplanadas, ciclovias, praias entre outros, o recebimento e a valorização do espaço público como elemento fundamental e parte integrante da cidade, potencializa a realização de atividades e gera vida e dinamismo urbano.
Em Lisboa, por exemplo, no verão tem tantos eventos e atividades nestes locais que fica difícil acompanhar a programação. Tem alguns sites que disponibilizam agenda:
TimeOut
NIT
Lisboa Secreta
A apropriação dos espaços públicos pelos cidadãos é algo que faz parte de um processo de reconhecimento da cidade enquanto realidade que vai muito para além do espaço onde cada cidadão habita. Portugal oferece condições ímpares para o usufruto do espaço público: tem um clima ameno, segurança e espaço maravilhosos, tudo isso proporciona aos cidadãos momentos de lazer, convívio ou contemplação, nos quais se desenvolvem sentimentos e relações intra e inter culturais.
Se por um lado contribui para a conexão entre o cidadão e a cidade, por outro, enseja maior consciência da cidade enquanto responsabilidade de todos, tornando os cidadãos mais participativos na comunidade e, consequentemente, mais exigentes.
Por tudo isso, destaca-se a importância dos espaços públicos para além dos portugueses para os imigrantes, já que quando chegam a um novo país se inicia um período de adaptação, momento em que devem vencer não só as barreiras geográficas e culturais, mas outras que constituem o seu quotidiano. A utilização dos “novos espaços” é essencial para que se sintam parte do todo.
A partir do momento em que esses espaços públicos passam a fazer parte do quotidiano, é possível que surjam sentimentos de exclusão e intimidação, se neles não existirem elementos que lhes garantam alguma ligação ou aconchego.
E, é neste sentido, que se torna pertinente a exploração dos espaços exteriores, de modo a que os cidadãos se sintam integrados nos espaços projetados.
Em termos históricos, Portugal, um país com uma forte tradição de emigração, passou nas últimas décadas a ser palco de um fenómeno inverso – imigração. Tem recebido nos últimos anos, números elevados de imigrantes, proporcionar a possibilidade deles utilizarem estes espaços como extensões de suas casas, faz com que tudo se torne mais fácil. Outra notícia boa é que no próximo ano, em 2020, os espaços públicos dos países membros da União Europeia (UE) vão ter internet gratuita sem fios.
Entre os espaços favoritos dos imigrantes, destacam-se região de Belém (jardim e área envolvente), Jardins do Parque das Nações e as praias (Costa da Caparica, Praias da Linha e Guincho). Estes são os lugares que eu gosto e costumo ir com alguma frequência:
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Jardim da Alameda Dom Afonso Henriques
Bem próximo da minha casa é um jardim lindo e muito bem cuidado: tem um parque infantil, um quiosque, algumas mesas de jogos (tipo de xadrez), banquinhos, bebedouros e uma fonte pra lá de charmosa. É ideal para dar aquela relaxada no final do dia, fazer um pouco de exercício ou parar para ver um por do sol no meio da cidade.
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Jardim do Campo Grande
Com a inauguração do Caleidoscópio (espaço, destinado sobretudo a estudantes, está aberto a toda a comunidade universitária da cidade, mediante apresentação do cartão da Universidade de Lisboa) se tornou um lugar tranquilo para estudar.
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Miradouro Sophia de Mello Breyner Andresen
O antigo Miradouro da Graça encontra-se na freguesia de São Vicente, é aquele lugar que sempre bate aquela brisa típica de Lisboa, gosto especialmente porque tem uma vista privilegiada do lado esquerdo é possível ver o Castelo de São Jorge e, do direito, o Cristo com a Ponte 25 de Abril.
Também fica nítido as árvores que cobrem a Avenida da Liberdade. -
Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian
São provavelmente os jardins mais icónicos de Lisboa, projetados pelo arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles. Na minha opinião, é o local ideal para fazer piquenique, e é para isso que eu uso. Há espaços escondidos entre as árvores, lagos, percursos de pedra, e isso facilita juntar a família e amigos, num ambiente um pouco mais privado.
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Parque Monsanto
O Parque Florestal de Monsanto tem uma enorme dimensão, são aproximadamente 1.000 hectares, por isso é possível fazer de tudo: desde esportes até churrascos. Se optar por “comes e bebes”, ou estende a toalha no meio da mata ou tem quatro hipóteses com mais condições: o parque de merendas da Alameda Keil do Amaral, o jardim do miradouro dos Montes Claros, o Moinho do Penedo e a Mata de Benfica. Todos têm banheiros, bebedouros e caixotes do lixo.
Na minha opinião é o melhor espaço público de Lisboa e como se não bastasse é meu spot preferido: já que tem o único miradouro que proporciona uma visão 360 de Lisboa: o Miradouro Panorâmico
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